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Rio Grande do Sul pode reduzir área de trigo pelo terceiro ano consecutivo em 2025

Pelo terceiro ano consecutivo, o Rio Grande do Sul poderá diminuir a área destinada à lavoura de trigo na safra de 2025. A decisão é motivada pelo alto risco enfrentado pelos produtores nos ciclos de 2023 e 2024, aliado ao elevado custo de produção e ao baixo preço da commodity. Além disso, estima-se que o Brasil importará mais de sete milhões de toneladas do grão, superando em 13% a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).


As previsões foram apresentadas por Hamilton Jardim, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva das Culturas de Inverno do Ministério da Agricultura e Pecuária e diretor da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Jardim ressalta que a análise ainda é preliminar, mas os indicadores atuais apontam para essa tendência.

“A próxima safra de inverno dependerá muito do verão. Será que teremos uma boa safra com o solo apresentando sinais de baixa umidade?”, questiona o dirigente.


Em 2024, o Estado reduziu em 10,6% a área de triticultura, mas encerrou o ano com produtividade de 3.071 quilos por hectare, 59,1% superior ao ciclo anterior. A produção somou 4,1 milhões de toneladas, representando um aumento de 42,3%. Apesar do crescimento, os números foram impactados por chuvas excessivas na fase final da colheita, que comprometeram a qualidade do grão.


As lavouras do Noroeste, Planalto Médio, Centro e Metade Sul foram as mais afetadas, segundo a Emater/RS-Ascar. A baixa luminosidade durante a primavera, causada pela fumaça de incêndios na Amazônia, Pantanal e Paraguai, também interferiu na produtividade.


Outro fator de preocupação é a desvalorização do real frente ao dólar, o que encarece insumos agrícolas. “Nosso custo é atrelado ao dólar, e os insumos são dolarizados. O dólar alto eleva o custo de produção. É bom para quem exporta, mas péssimo para quem importa. Vamos ter adubo caro”, alerta Jardim.


Além disso, o custo de financiamento e a adesão ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) também pesam no orçamento dos triticultores. “A taxa do Proagro está em 23%”, afirma Jardim, que tenta, há dois anos, uma audiência com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sem sucesso.


“O governo não demonstra interesse em discutir a situação do setor”, conclui o dirigente.


Com informações: Jornalista Fernando Kopper

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