Neste domingo, 21/07, os moradores do bairro Laranjal, em Pelotas, realizaram um grande protesto reivindicando ações efetivas e estudos técnicos no canal São Gonçalo para evitar novas inundações como as que ocorreram em maio. A comunidade se reuniu durante a tarde na Avenida Adolfo Fetter, próximo à rotatória de acesso à lagoa, onde distribuíram panfletos e exibiram faixas e cartazes, chamando a atenção do poder público para a necessidade de medidas imediatas e eficazes. Uma carreata também foi organizada para atrair a atenção da comunidade local.
Meri Padilha, vice-presidente da Associação Comunitária do Laranjal e moradora do bairro há 34 anos, coordenou a atividade. Ela destacou a importância do Laranjal como uma área com grande potencial turístico, mas que sofre com a falta de infraestrutura e investimentos. "Nossa mobilização é por investimentos voltados à segurança para a comunidade e também na trafegabilidade. Segurança social. As pessoas perderam tudo. Precisamos de estudos técnicos junto ao canal São Gonçalo. Ao contrário de uma taipa, reivindicamos a construção de um dique. As pessoas não querem mais perder o que conquistaram ao longo de uma vida toda", afirmou Meri, lembrando que atualmente o nível do São Gonçalo oscila entre 1,50m e 1,89m.
Em maio, as águas atingiram 3,13m, inundando o bairro por mais de 40 dias. Durante o protesto, um abaixo-assinado foi disponibilizado aos moradores e será entregue ao Ministério Público, solicitando providências a curto, médio e longo prazo. A Prefeitura de Pelotas informou que dispõe de um projeto desenvolvido pela equipe técnica da autarquia, que prevê uma série de intervenções de segurança e enfrentamento de novas crises climáticas no Laranjal.
Cadastrado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, o projeto inclui o fortalecimento das Casas de Bombas, o aprofundamento dos principais canais de macrodrenagem, o reparo e a requalificação dos barramentos de contenção, além da construção de um novo dique, desde a casa de bombas da Rua Nova Prata até a Rua Arthur Augusto Assumpção. Inicialmente orçado em R$16 milhões, o projeto foi readequado para R$26 milhões, considerando os impactos das enchentes de maio. Os recursos devem ser obtidos junto aos governos estadual e federal.
Sobre o estado das ruas, a secretária de Serviços Urbanos e Infraestrutura, Lúcia Amaro, afirmou que a pasta trabalha continuamente na manutenção das vias do Laranjal após as cheias. Devido ao lençol freático alto e ao acúmulo de buracos com água, os serviços foram realizados gradativamente. A secretária mencionou o uso de um caminhão hidro e bomba para esvaziar os buracos maiores, permitindo a continuidade da manutenção com motoniveladoras.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Foto: Fabiano Carvalho
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