Moradores de várias cidades do sul do Rio Grande do Sul presenciaram um fenômeno inusitado nesta terça-feira (10): a chamada "chuva preta". Os relatos vieram de municípios como Arroio Grande, São Lourenço do Sul, Pelotas e São José do Norte, onde a fuligem das queimadas na Amazônia se misturou com a chuva, provocando a coloração escura da água que caiu do céu.
De acordo com o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a fuligem foi trazida pelos ventos até a região sul do Estado, e ao se misturar com a precipitação, resultou na aparência incomum. A meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, confirmou que o fenômeno também foi observado em cidades do norte do Uruguai, na fronteira com o Rio Grande do Sul.
"A 'chuva preta' é o resultado da chuva normal que cai das nuvens, mas que passa por uma atmosfera carregada de fumaça", explicou Josélia. A especialista também alertou que o fenômeno pode se repetir nos próximos dias, conforme a previsão de chuva.
Durante esta quarta (11), quinta (12) e sexta-feira (13), a passagem de uma frente fria pelo Sul do Brasil deve intensificar as chuvas. Com a quantidade significativa de fumaça presente no ar, há grandes chances de a "chuva preta" ocorrer novamente em várias regiões, incluindo Porto Alegre, onde o acúmulo de fumaça tem sido intenso.
O climatologista Francisco Aquino, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), já havia alertado para essa possibilidade, explicando que o fenômeno é resultado de uma combinação de fatores climáticos adversos, como a redução da umidade do ar, ondas de calor e o bloqueio atmosférico. Ele também mencionou que moradores que captam água da chuva poderão notar a coloração escura devido ao acúmulo de material particulado trazido pela fumaça das queimadas.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e foto: GZH
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