
Um homem de 59 anos foi condenado a 259 anos e seis meses de prisão em regime fechado, após ser reconhecido como culpado por abusar sexualmente de duas enteadas, uma neta e outras quatro meninas. Os crimes ocorreram entre 2009 e 2024 nos municípios de Três de Maio e Independência, no interior do Rio Grande do Sul.
A sentença foi proferida na noite de segunda-feira (24) pela juíza Vanessa Teruya Bini Mendes, da 2ª Vara Judicial da Comarca de Três de Maio. O réu, que exerce uma posição de liderança em uma casa de religião afro-brasileira, manipulava suas vítimas, alegando que os abusos faziam parte de um “processo de purificação”. Para garantir o silêncio das meninas, ele utilizava ameaças e agressões.
Os abusos começaram quando as vítimas ainda eram menores de 14 anos, configurando o crime de estupro de vulnerável. A juíza destacou, durante a sentença, a manipulação do acusado, que usava a confiança religiosa das vítimas para cometer os abusos. Além disso, os depoimentos das vítimas, que relataram a violência de forma recorrente e cruel, foram fundamentais para a condenação.
Apesar da ausência de laudos periciais devido ao tempo decorrido entre os abusos e a denúncia, a juíza argumentou que a palavra das vítimas foi crucial para o processo. “A palavra da vítima é de extrema importância, como neste caso, especialmente em crimes sexuais, que geralmente ocorrem sem testemunhas ou provas materiais diretas”, afirmou a magistrada.
A juíza também ressaltou o sofrimento prolongado das vítimas, que foram abusadas por anos, muitas vezes sem saber quantas vezes haviam sido violentadas. Uma das vítimas afirmou que os abusos ultrapassaram a marca de mil episódios, transformando a violência em parte do cotidiano.
O réu permanecerá preso até o trânsito em julgado da sentença, momento em que não caberão mais recursos. A condenação por estupro de vulnerável, estupro qualificado e estupro foi considerada uma vitória para a proteção das vítimas e o combate à impunidade.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: TJ/RS
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