Golpistas voltaram a usar o verão para aplicar fraudes de aluguel falso no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Residências de veranistas são usadas como isca em publicações de redes sociais, atraindo vítimas com preços abaixo do mercado e condições facilitadas. Em muitos casos, os interessados depositam valores adiantados e, ao chegarem no local, descobrem que a casa não está disponível para locação.
Um dos casos mais recentes envolve a despachante Marlene Gottschalk, que teve sua casa em Capão da Canoa usada indevidamente em anúncios fraudulentos. Segundo ela, cerca de 60 pessoas já entraram em contato alegando terem sido vítimas do golpe.
— A minha casa está sendo alvo de golpistas, oferecendo na internet como se fosse deles. Fico surpreendida quando as pessoas me ligam dizendo que alugaram, que fizeram pix. E é muito angustiante, porque eu não consigo ajudar — relata Marlene.
Para alertar futuros interessados, Marlene instalou uma placa em frente à residência, informando que o imóvel tem sido usado em fraudes online.
A casa, equipada com piscina e ampla área de lazer, atrai veranistas de diversas regiões, incluindo a Serra e a Região Metropolitana. Segundo Marlene, famílias inteiras já se deslocaram ao litoral, confiantes no aluguel falso.
— Veio pessoal de Uber de Novo Hamburgo, veio pessoal de Caxias do Sul com criança. Tem pessoas idosas, pessoal que estava aguardando outros que iam chegar na rodoviária — conta a proprietária.
O caso foi registrado nas delegacias de Capão da Canoa e Canela, e um inquérito policial está em andamento. A Polícia Civil investiga 41 ocorrências semelhantes, sendo Capão da Canoa o município com maior número de registros (16), seguido de Tramandaí (10) e Torres (7).
De acordo com a delegada regional Sabrina Deffente, o número de casos caiu em relação ao ano passado, mas a subnotificação preocupa.
— A maioria das pessoas acaba caindo atraída pelo valor, que é mais baixo que outros imóveis. E pela pressão do estelionatário, que diz que há outros interessados, apressando o depósito — explica a delegada.
A Polícia Civil orienta que os veranistas desconfiem de anúncios muito baratos e verifiquem a procedência dos imóveis antes de efetuar qualquer pagamento.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e foto: GZH
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