top of page

Bolsonaro cogita refúgio em embaixada após indiciamento por tentativa de golpe, mas nega culpa

Indiciado pela Polícia Federal (PF) como líder de uma organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado após as eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou considerar a possibilidade de buscar refúgio em uma embaixada. "Quem se vê perseguido pode ir para lá", disse Bolsonaro em entrevista ao portal UOL nesta quinta-feira (28). Apesar disso, declarou que, se tivesse algo a temer, "estaria nos Estados Unidos" e não teria retornado ao Brasil.


O indiciamento de Bolsonaro e outras 36 pessoas, incluindo ex-ministros e militares de alta patente, foi fruto da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF em fevereiro deste ano. A operação investigou uma tentativa de reverter o resultado do pleito presidencial de 2022, no qual Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a PF, o ex-presidente participou diretamente da trama, que visava subverter a ordem constitucional.


Em fevereiro, poucos dias após ser alvo de buscas da operação, Bolsonaro foi hospedado por duas noites na Embaixada da Hungria, o que gerou especulações sobre uma possível tentativa de evitar eventual prisão preventiva. Na ocasião, sua defesa afirmou que a hospedagem tinha como objetivo manter contatos diplomáticos e atualizar autoridades sobre o cenário político.


A possibilidade de refúgio em uma embaixada reacende discussões sobre os riscos à aplicação da lei penal. Especialistas apontam que, ao buscar asilo em território diplomático, o ex-presidente poderia escapar de ordens judiciais. Caso a Procuradoria-Geral da República (PGR) decida apresentar denúncia com base no relatório da PF, o caso será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).


A Constituição Federal prevê prisão preventiva para crimes inafiançáveis, como os relacionados à ação de grupos armados contra o Estado Democrático. Nesse contexto, se o STF aceitar a denúncia, Bolsonaro e os demais indiciados se tornarão réus, podendo enfrentar medidas restritivas mais severas.


A PGR, agora com os autos em mãos, avaliará se apresentará denúncia formal, enquanto o país acompanha as próximas movimentações no caso que envolve um dos momentos mais sensíveis da história política recente.


Com informações: Jornalista Fernando Kopper

Comments


bottom of page