A vocação leiteira de Cerrito estará em evidência, neste fim de semana, durante a Festa Municipal do Leite Jersey, que ocorre na localidade de Passo do Santana, berço da raça Jersey no município. Em sua 18ª edição, o evento é uma realização da Prefeitura de Cerrito, Emater/RS-Ascar e Comunidade São João com o apoio do Sicredi.
Somando 70 produtores, Cerrito é responsável pela produção anual em torno de 5,5 milhões de litros de leite. O rebanho leiteiro é de 3,8 mil cabeças, duas mil apenas de vacas lactantes e predomínio da raça Jersey. De acordo com o extensionista da Emater local, o técnico agropecuário Rafael Lopes, a produção vem se mantendo nos últimos anos, mas o número de produtores, que já foi superior a 400, caiu. “O que ocorre é que os atuais produtores buscam o aumento da produtividade em seus estabelecimentos”, explica. O leite produzido é absorvido por quatro empresas atualmente, a Coopar Pomerano, a Latvida, a Lactalis e a CCGL.
Segundo Lopes, com a saída da Cooperativa Sul Riograndense de Laticínios (Cosulati) do mercado, a queda chegou a 300%. Basicamente todas as propriedades estão envolvidas com a atividade leiteira. No entanto, há grandes investimentos na soja, com área de 11 a 12 mil hectares, e a pecuária de corte, atividades consorciadas. O técnico agropecuário garante que o Jersey teve um momento de retrocesso geneticamente no qual as fêmeas foram inseminadas ou entouradas com gado de corte. “Mas nos últimos cinco ou seis anos, vem ocorrendo uma retomada, com investimentos novamente no melhoramento genético”, ressalta.
Lopes explica que atualmente está valendo mais a pena criar o animal definido Jersey do que colocar um gado de corte na raça. “Hoje, uma novilha com dois anos da raça bem precoce tem valor agregado e boa liquidez e rende em torno de R$ 4 mil, enquanto uma novilha de raça de corte, R$ 3 mil”, salienta. Toda esta qualidade estará em evidência durante a 19ª Mostra de Rústicos Jersey, evento que começou um ano antes da Festa do Leite, na Vila Freire, e se chamava Santana In Fest. A mostra morfológica é dividida em sete categorias: terneira menor, terneira maior, novilha, vaca premípara, vaca adulta, vaca longeva e vaca seca. Estão inscritos 55 animais de 15 produtores. O jurado é o criador Vener Ebert Enns.
Entre as atrações está ainda o Pavilhão da Agroindústria Familiar, que terá espaço para estabelecimentos formais como a Bem me quer, de Morro Redondo; Mãe Natureza de Pedras Altas; Sucos e Vinhos Potenza, de Pelotas; e Lourdes Vellar, com o mel produzido em Cerrito. Outro espaço terá, pelo menos, 15 expositores não formais do município que se dedicam à produção de panificados e outros produtos caseiros. Também estará presente o quilombola local Rubens da Rosa, com o pão na pedra e café na brasa.
Ocorre ainda a segunda edição do Concurso do Doce de Leite com uma expectativa de receber 12 participantes. Até o fechamento desta edição, a Emater registrava 10 inscritos. Os primeiros colocados recebem troféu e premiação em dinheiro oferecida pelo Sicredi.
Confira a programação deste domingo:
Domingo (20)
10h – Culto gauchesco;
12h – Tradicional Churrasco de Gado Jersey;
14h30 – Show com Grupo Som da Terra;
15h – Café colonial;
16h – Pão na pedra;
16h – Invernada Pré-mirim do CTG Fogo de Chão;
16h30 – Invernadas da Escola Dr. Vieira da Cunha (Piratini-RS);
18h – Show com a Banda GDO;
20h – Invernada Jayme Caetano Braun;
20h30 – Show com Negão e Banda.
Jornal Tradição RegionalPor Luciara Schneid
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